A terapia familiar, mais do que uma técnica de intervenção, é uma corrente cujos pressupostos de compreensão do comportamento humano são radicalmente diferentes doutras escolas de psicoterapia. Simplificando, podemos dizer que procura analisar não apenas o indivíduo com problemas específicos, mas sim todo o contexto familiar e social que o envolve e que interage com este de forma dinâmica.
Neste sentido, o nosso foco de análise é a comunicação entre os vários membros que compõem um sistema familiar. A partir dessa análise é possível mudar padrões de interacção que perpetuam a presença de determinados problemas.
Procuramos também ter uma visão de conjunto da família enquanto um sistema de indivíduos que evolui ao longo do ciclo da vida. Assim, apoiamos e ajudamos a ajustar algumas dificuldades que podem surgir em diferentes fases da vida: formação do casal; nascimento de filhos, entrada dos filhos na escola; adolescência; saída dos filhos de casa e questões de luto e perda no final da vida. Nesta visão, procuramos fazer uma análise do que se passa na família nuclear, mas também compreender a influência da história familiar e das gerações mais velhas no quadro geral do problema que se apresenta.
Para além da intervenção nestas transições de vida, a terapia familiar é também muito útil na intervenção em quadros clínicos como os comportamentos suicidários, perturbações do comportamento alimentar, toxicodependência, psicoses, etc.
A terapia de casal apresenta-se como uma técnica específica da terapia familiar. Neste caso, a unidade de análise é o casal. Neste contexto, esta técnica é útil para ajudar casais com problemas de comunicação ou dificuldades na intimidade emocional e na sexualidade. Constitui também um apoio importante para casais em risco de ruptura ou a viver situações de infidelidade. Tem também um carácter pedagógico para discutir questões e dúvidas que surgem quando um casal opta pela separação ou pelo divórcio.