"Eu não quero chegar ao outono da vida com "E se eu tivesse feito diferente?". E vocês?" - Cristina Serra
E se…?
As pessoas mais maduras, as que estão no outono da vida, conseguem trazer ensinamentos de vida extremamente ricos. Não só através das histórias que contam, mas do que transmitem em termos emocionais.
O tempo que se passa com estas pessoas pode ser de qualidade, de aprendizagem mas também de dor que nos transmitem, que se pode ser palpável e ensurdecedora. É uma dor profunda e cortante, que se ameniza com companhia e conversa. Muitas vezes é a solidão da reta final que sobressai. E o tempo que se pode dar é uma dádiva para a sua qualidade de vida.
Os “E se eu” aparecem muito constantemente. “E se eu tivesse arriscado”, “E se eu tivesse ido”, “E se eu tivesse feito”, “E se eu tivesse conseguido”. E estes “E se eu” podem ser a base do nosso próprio trampolim no aqui e agora.
Saibamos honrar estes ensinamentos. E se eu agora quero ser uma mudança, vou fazer por isso, não concordam? Primeiro perceber o quero, depois avaliar como chego até lá. E para chegar até lá podem surgir também os “e se”, mas acima de tudo há que perceber que é preciso ação. Agir faz parte do ser humano. Pode ser paralisador, aterrorizador, mas todos conseguimos ter uma força motriz que nos ajuda a chegar ao que desejamos. É preciso querer, agir e fazer acontecer. Se por vezes é difícil, é, mas não é uma missão impossível se depender de nós.
Obviamente que há momentos em que há medos, inseguranças, mas há forma de ultrapassar. Vale tudo menos desistir até tentar tudo.
Eu não quero chegar ao outono da vida com “E se eu tivesse feito diferente?”. E vocês?
Cristina Serra
Psicóloga Clínica e da Saúde e Psicoterapeuta de Apoio
Texto integrado no projecto:
“A escrita como ferramenta de expressão, partilha e aprendizagem” – Dialógicos